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quarta-feira, 16 de março de 2011

Propostas do PSD para a Saúde em Portugal




Num livro de Pedro Reis, gestor de empresas e um dos conselheiros económicos de Pedro Passos Coelho (líder do PSD), são discutidas mudanças à nossa economia, de modo a relançá-la.
Apenas tive contacto com um resumo das medidas propostas para a saúde através da revista Visão, mas que me merecem reflexão.

Dividir os hospitais por especialidade: a especialização leva, não tenho dúvida, à qualidade do serviço, mas quererá isto dizer que em Braga existirão especialistas em oftalmologia e em Faro em ortopedia, sendo que os restantes hospitais não vão ser capazes de responder a estes problemas? Pessoas com cataratas e osteoporose são aos milhares. Quem paga deslocações?

Acabar com listas de esperar, promovendo turnos ininterruptos para operar: maximizar os recursos é sempre a melhor opção. Será que a remumeração extra que vão dar aos clínicos não ultrapassará a poupança esperada com esta medida?

Reformar os cuidados primários, prevendo autonomia de gestão e assunção de risco por parte dos centros de saúde: neste ponto não posso deixar de pensar no que recentemente aconteceu na extensão do Paião (onde vivo), pertencente ao Centro de Saúde da Figueira da Foz. Aqui as consultas alargadas terminaram. Para terem consulta, os utentes têm que voltar a deslocar-se ao Hospital Distrital da Figueira da Foz, a cerca de 10km. Será que quem esteve no centro desta decisão pensou nos idosos que não têm meios próprios ou dinheiro para pagar a quem os leve ao hospital? Foi criado este serviço para aliviar o hospital de doenças "menores". Agora já não se pensa assim? Porque é que não foi dito FRONTALMENTE a esta população as razões do fecho deste serviço?

Entregar a gestão operacional dos hospitais a gestores profissionais: mais uma vez acho que quem "tem unhas é que deve tocar guitarra", mas não podemos simplesmente ter gestores alhiados das realidades das populações em termos de serviços de saúde. Estes gestores devem primeiro ter sido agentes de saúde (médicos, enfermeiros, farmacêuticos) com grande experiência nas suas áreas, mas que depois desejem especializar-se em gestão...na saúde é preciso ter profissionais que tenham real contacto com os doentes!

Para poupar dinheiro volta-se a sugerir a centralização de serviços e recursos...penso que é o pior caminho. Quando há doentes tem que haver proximidade, SEMPRE!