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quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Mais Mundos Houvera


Sou farmacêutica mas sei muito pouco sobre a indústria farmacêutica portuguesa. Da BIAL vamos tendo boas notícias nos meios de comunicação, à Bluepharma já tive o privilégio de ir e a conhcer por dentro, mas não conheço, sequer, a história de mais nenhuma...não conhecia, até ter lido este livro.
Foi por causa de uma entrevista do Sr. Sebastião Alves à revista Visão, que tive conhecimento do lançamento do livro autobiográfico do patrão da ATRAL-CIPAN.
Começo por dizer que acho que este livro devia ser leitura obrigatória para quem está ligado ao mundo farmacêutico. Porquê?
1. É uma autobiografia! O Sr. Sebastião Alves tem 90 anos e ainda se mantém no activo. Alguém conhece uma autobiografia (ou sequer biografia) de um português ligado à farmácia? (Se sim , partilhe.);
2. Atravessa praticamente todo o sec.XX. Historicamente tem o valor de nos mostrar o trajecto de uma industria farmacêutica, como se construiu em épocas pouco favoráveis ao empreendedorismo e como chegou a todo o mundo...sem internet!;
3. Para quem aprecia, o Sr. Alves trata a nossa língua majestosamente, com uma erudição q.b. . Literariamente é uma obra envolvente e muito rica;
4. É uma obra inspiradora, que nos leva a pensar que em Portugal a indústria farmacêutica está viva e com projectos para o futuro;
5. É também uma história de virtudes: Consistência, Preserverança, Empatia, Crer e Querer. (Seria de esperar que uma autobiografia não falasse dos defeitos do próprio, mas estas virtudes estão para além dos defeitos que um homem possa ter, porque mexem com a vida de muitos outros homens.)
Obrigada Sr. Sebastião por ter guardado memória de toda a sua vida e a ter partilhado com quem a quer conhecer.

Mais mundo houvera - memórias de um viandante
Sebastião Alves

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Revisão do Preço dos Medicamentos

Acabei de assinar uma petição pública : http://www.peticaopublica.com/?pi=P2010N3054, contra o corte na comparticipação dos medicamentos.
Há já alguns anos que se revêem os preços do medicamentos trimestralmente e actualizam as comparticipações com muita regularidade, diria mesmo, demasiada regularidade. Isto permite ao Estado não perder muito dinheiro e atirar areia para os olhos dos utentes, dizendo sistematicamente que o preço dos medicamentos baixaram.
Desta maneira, quem menos pode comportar os preços dos medicamentos, não pode planear a médio prazo o quanto vai gastar na farmácia, e essa inconstância também é prejudicial.
O que é feito na Saúde, também é feito em todos os outros sectores: o que hoje é verdade, amanhã passa a não ser, em prol de um bem comum que é baixar a dívida do Estado.
Senhores governantes, dançaremos conforme a v/ música, até que não nos começem a doer os calos, depois... até sabemos fazer revoluções!

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Moscas e animais de estimação

Não sei se se verifica em todo o país, mas nesta época em que se adubam as terras com estrumes de animal, há uma afluência incrível de moscas às nossas casas. São, obviamente, insectos muito inconvenientes e que provocam e/ou agravam feridas em alguns animais como cães, burros, cabras e carneiros. Pousam nas suas feridas e deixam os seus ovos, que depois de se transformarem em larvas se alimentam daí, contribuindo para uma agravamento das mesmas.
A informação que vou partilhar é um pouco empírica, mas como funcionou bem com o meu cão, aqui vai: comprem bálsamo analgésico (daquele que tem um cheiro muito forte) e besuntem os pêlos dos animais perto das feridas (nunca nas feridas que arde!). O cheiro afasta as moscas e as feridas cicatrizam com mais facilidade (cuidem das feridas como normalmente, limpando e desinfectando regularmente). Após a cicatrização as moscas já nao têm razão para pousar nessas áreas.
Depois é só esperar que o Outono traga chuva e um pouco mais de frio para as "danadas" deasaparecerem!

sábado, 18 de setembro de 2010

De braços abertos!

A minha filha mais velha, de 3 anos, anda fixada no Rei Leão. Não sei quantas vezes viu o Rei Leão 1, 2 e 3, e as páginas do livro já estão gastas de tanto serem lidas (obrigada pelo livro, Lena). Nesta história fala-se do Ciclo da Vida, morte e nascimento, tristeza e alegria.
Este ano fui agraciada com o nascimento do meu filho, mas também vivi a morte de um tio muito especial, meu padrinho de casamento...é o Ciclo da Vida.
Resta-me pedir a ti, meu avô, que recebas o meu tio de braços abertos, como sempre o fazias na tua casa!

sábado, 11 de setembro de 2010

Mais Tabaco e Gravidez

Este post vai de encontro a uma pergunta que foi feita num comentário: é verdade que é pior para o feto se a mãe deixar de fumar durante a gravidez?
A resposta é NÃO!
Num cigarro há cerca de 4500 (sim,  4500!) tóxicos que influenciam negativamente a saúde de mãe e feto. Todo e qualquer cigarro a menos, e de preferência a ausência total de tabaco, só vai benefeciar o feto ( e a mãe, claro).

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Tabaco e mecónio

Foi publicado na edição de Agosto de 2010, na revista Environmental Health, um estudo sobre a capacidade de se medir, no mecónio, até que ponto um recém-nascido foi exposto ao tabaco durante a gestação. Como conclusão diz-se que o mecónio é um produto biológico útil para medir a exposição pré-natal ao tabaco. É sempre bom encontrar marcadores biológicos, especialmente não invasivos, para medir parâmetros importantes. É importante!
Mas mais importante é fazer com que esse método não sirva para nada, por não haver mães que fumam durante a gravidez! Ainda hoje há mulheres que não abdicam dos cigarros, nem prol da sua saúde, nem sequer daqueles que ainda não começaram a viver e já estão a ser agredidos. Está na hora de voltar a fazer campanha pela cessação tabágica nas mulheres grávidas.
Fui mãe há pouco tempo, há cerca de 3 meses, e cheguei a ver na porta da maternindade mulheres grávidas a fumar. Não fiz nada, é certo, talvez por medo da reacção dessas mulheres, mas agora, que penso nisso, fui muito cobarde.
Não o serei mais! Onde estiver hei-de interceder pelos fetos que devem nascer com a melhor saúde possível...bem basta o que vão encontrar cá fora!

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Opiorfina

Molécula descoberta em 2006, no Intitute Pasteur, França, a opiorfina demonstrou ter propriedades analgésicas semelhantes à morfina. Melhor, é produzida no nosso organismo!
Tem menos efeitos secundários que a morfina e parece ter também uma acção anti-depressiva.
Uma boa notícia!

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Farmácia Baseada na Evidência

Chama-se http://www.sciencebasedpharmacy.wordpress.com/ , o site que encontrei há mais de um ano, num daqueles "zappings googlianos" (acabei de inventar esta designação que basicamente identifica as pesquisas que fazemos no Google sobre um tema que gostamos e depois vamos consultando o que nos aparece) que faço com alguma frequência.
Este site é coordenado por um farmacêutico do Canadá, país que ao nível do Direito Farmacêutico é muito próximo do nosso. E as opiniões do Sr. Scott Gavura são muito próximas das minhas apesar de nos separar um oceano inteiro.
Aconselho especialmente os colegas farmacêuticos a consultarem este site, seguirem o blog e o twitter, por nos trazerem informação muito interessante e pertinente (há sempre uma discussão muito acesa sobre homeopatia!).
E partilhem a vossa opinião!

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Bombas de gasolina e...farmácias

A nossa Ministra da Saúde, Dra Ana Jorge, fez ontem saber que as farmácias que o pretenderem, vão poder abrir 24h/dia, 365dias/ano.
Assim como é magnífico encontrar uma bomba de gasolina aberta quando é preciso, ou seja a qualquer hora, também será benéfico encontrar uma farmácia aberta sempre que nos dói um dente, que caímos no chão ou não conseguimos dormir. Mas como também só há bombas abertas 24h/dia onde o tráfego o justifica (autoestradas e cidades), parece-me que também só vai haver farmácias abertas onde interessa.
Interessa a quem? Com certeza aos donos das respectivas e não ao utente que necessita.
É que a necessidade de um produto de farmácia, medicamento ou não, no meio da noite pode fazer-se sentir em qualquer parte do país, já uma farmácia aberta noite dentro, com um empregado a receber horas extraordinárias, com gastos fixos maiores e com medo que algum louco a assalte, não se vai encontrar com tanta facilidade.
E há uma questão muito importante: como se vão organizar as escalas de serviço? Vão fazer sentido? Prevejo que os proprietários de farmácias não se vão entender (uma vez mais! Nunca vi classe tão pouco cooperativista!) e comecem a guerrear por tão pouco.
O utente que esta noite precise com urgência de um medicamento para o aliviar da dor de estômago que não o deixa dormir, talvez só precise de ir de novo à farmácia de noite daqui a uns 10 anos. Vai lá estar um farmacêutico à espera?
 Mas esse mesmo utente vai responder num inquérito, que concorda plenamente com a abertura 24h/dia das farmácias, mesmo que planeie não as visitar num futuro próximo, mas "nunca se sabe..."
Sou apoiante da liberalização de horários, quem julgar mal sofrerá as consequências, mas já que é para liberalizar, porque não se toma o grande passo: LIBERALIZAR A PROPRIEDADE SEM RESTRIÇÔES ALGUMAS! The survival of the fittest!

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Sou farmacêutica de oficina!

Para quem não sabe, um farmacêutico de oficina é aquele profissional que está atrás de um blacão de farmácia, cheio de conhecimento para transmitir (às vezes falta é vontade), ao qual toda a população recorre (mais tarde ou mais cedo, com maior ou menor frequência) quando necessita de uma resposta rápida para um problema de saúde.
A mim não me chega o balcão e através deste blog quero transmitir os meus conhecimentos de forma clara, simples, esclarecedora, a pedido ou não, sobre o mundo da saúde, mas principalmente sobre os fármacos.
Terei de vez em quando a ousadia de abordar temas mais à margem deste assunto, mas que no fundo para ele contribuem, como a opinião sobre algum livro, série televisiva, filme, obra de arte, música, educação, e por aí em diante.
A quem possa interessar fica então aberto este espaço, pela minha pena (ou teclado) e responsabilidade.