A nossa Ministra da Saúde, Dra Ana Jorge, fez ontem saber que as farmácias que o pretenderem, vão poder abrir 24h/dia, 365dias/ano.
Assim como é magnífico encontrar uma bomba de gasolina aberta quando é preciso, ou seja a qualquer hora, também será benéfico encontrar uma farmácia aberta sempre que nos dói um dente, que caímos no chão ou não conseguimos dormir. Mas como também só há bombas abertas 24h/dia onde o tráfego o justifica (autoestradas e cidades), parece-me que também só vai haver farmácias abertas onde interessa.
Interessa a quem? Com certeza aos donos das respectivas e não ao utente que necessita.
É que a necessidade de um produto de farmácia, medicamento ou não, no meio da noite pode fazer-se sentir em qualquer parte do país, já uma farmácia aberta noite dentro, com um empregado a receber horas extraordinárias, com gastos fixos maiores e com medo que algum louco a assalte, não se vai encontrar com tanta facilidade.
E há uma questão muito importante: como se vão organizar as escalas de serviço? Vão fazer sentido? Prevejo que os proprietários de farmácias não se vão entender (uma vez mais! Nunca vi classe tão pouco cooperativista!) e comecem a guerrear por tão pouco.
O utente que esta noite precise com urgência de um medicamento para o aliviar da dor de estômago que não o deixa dormir, talvez só precise de ir de novo à farmácia de noite daqui a uns 10 anos. Vai lá estar um farmacêutico à espera?
Mas esse mesmo utente vai responder num inquérito, que concorda plenamente com a abertura 24h/dia das farmácias, mesmo que planeie não as visitar num futuro próximo, mas "nunca se sabe..."
Sou apoiante da liberalização de horários, quem julgar mal sofrerá as consequências, mas já que é para liberalizar, porque não se toma o grande passo: LIBERALIZAR A PROPRIEDADE SEM RESTRIÇÔES ALGUMAS! The survival of the fittest!
Sem comentários:
Enviar um comentário