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sábado, 20 de outubro de 2012

Cirrose Hepática

Cirrose

         A cirrose é uma doença caracterizada pela destruição do fígado, passando a existir tecido cicatricial envolvendo o tecido normal. É o abuso do álcool que leva mais frequentemente à cirrose, mas doenças, como as hepatites víricas crónicas, também podem levar ao seu aparecimento.
         O tecido cicatricial impede o fígado de funcionar normalmente e obstrui o fluxo sanguíneo ao nível da veia (veia porta) que transporta o sangue do intestino ao fígado, que pode levar à hipertensão.
         Muitas pessoas têm cirroses de menor gravidade e podem viver anos sem sintomas. Quando a cirrose é grave, os doentes sentem fraqueza e perda de apetite, há perda de peso e aumento de volume abdominal. Se os canais da vesicula biliar estiverem obstruidos, desenvolve-se icterícia (cor amarelada da pele). Como os sais biliares são produzidos em pouca quantidade, não há uma correcta absorção de gorduras e por conseguinte de vitaminas lipossoluveis. Daí haver uma desnutrição para a qual também concorre a falta de apetite. Outros efeitos da cirrose são atrofia muscular, derrames visiveis na pele, aumento da glândulas salivares, crescimento das mamas  redução do testículos, ambos no caso do homem.

         Como já dissemos, a cirrose pode provocar hipertensão que leva à formação de varises esofágicas, que quando sagram dão origem a vómitos de sangue. Esta hipertensão ao nível da veia porta, associada ao mau funcionamento do fígado provocam a acumulação de líquidos no abdómen.
         A cirrose não tem tratamento nem cura e é uma doença normalmente progressiva (se for detectada precocemente e o álcool for retirado da dieta é possível parar a progressão, mas o tecido anormal não deixa de existir).
         Devido à deficiente absorção de vitaminas lipossoluveis os doentes cirróticos devem tomar vitaminas. Qualquer medicamento que seja metabolizado no fígado deve ser tomado em doses mais baixas e devido à hipertensão deve evitar-se a ingestão de sal.
         Felizmente, a medicina permite uma opção: o transplante de fígado. Esta é a única intervenção que pode dar ao doente com uma cirrose avançada vários anos com qualidade de vida.

Ana Luísa Pedro
(in Paionense, Fevereiro 2012)