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domingo, 20 de novembro de 2011

Inesperada Incursão Física

No sábado, dia 19 de novembro (inicio um esforço por adaptar o novo OA com a escrita do meses em minúsulas), enquanto folheava novidades na livraria Bertrand do centro comercial Dolce Vita, fui chamada (claro que não só eu!) a assistir a uma palestra no âmbito dos "Sábados com Ciência".


Encontrava-me mesmo à porta do auditório e o que me chamou a atenção foi o facto de estar António Piedade, o impulsionador destas palestras, a fazer as devidas apresentações. António Piedade é um "bioquímico de formação e um escritor por paixão", nas suas próprias palavras, e alguém que na qualidade de comunicador da ciência, tenho seguido com alguma regularidade. Infelizmente não o sigo nos jornais onde publica, mas por outro lado as suas crónicas estão disponiveis no blog De Rerum Natura, assim como as de outros comunicadores natos como o Professor Carlos Fiolhais, que dispensa apresentrações.

Quando estiquei o pescoço para ver o tema decidi logo que não entraria. Física de partículas? Não podia estar mais distante de mim! Assunto pelo qual não nutro o mínimo interesse e como não guardo grandes recordações das minhas cadeiras de física na faculdade, porque razão haveria de entrar?

Mas estava lá António Piedade. Será que ele vai contribuir para a tertúlia? Valerá a pena? Não havia compromissos...entrei!

Durante 2,30h estive no auditório e não arredei pé!


O assunto do qual se falou foi física pura, mas eis o que aprendi:

> já sabia o que eram quarks, mas desconhecia os leptões;
> várias vezes tinha ouvido falar do CERN, mas passei a perceber a sua grandeza;
> tinha a ideia do que era o enorme projecto do LHC, o acelerador de partículas, mas fiquei a entender melhor o que se estuda por lá;
> fiquei a conhecer a existência de mais um Laboratório Associado na UC, o LIP, de onde vieram os perletores desta conversa (Rui F Marques e João Carvalho da FCTUC e Paulo Fonte do Departamento de Física ISEC), e os respetivos projetos em que está inserido;
> sei agora como funciona o PET Scan (Tomografia por Emissão de Positrões);
> tomei conhecimento de uma aplicação informática (será assim que se designa?) o GRID, que permite cálculos baseados em dados guardados pelo mundo fora.

E não queria entrar no auditório...




Sempre fui muito eclética na minha aprendizagem, nunca se sabe quando chocamos com algo que nos estimula o suficiente para nos levar a seguir um novo caminho, não é? "Tudo vale a pena se a alma não é pequena"!

Na altura da interação com os investigadores muitas perguntas/ideias foram lançadas e mais uma vez aprendi:

> sobre as dificuldades básicas dos estudantes universitários:
;
> sobre a necessidade de ensinar computação ainda no ensino secundário;
> sobre a necessidade de comunicar ciência;
> sobre a iminente descoberta do Bosão de Higgs;
> sobre o eterno problema das patentes.

Pude ainda apreciar o trabalho científico de ponta que é feito na UC (a minha Universidade!).

Debateu-se o porquê de não existir uma estreita relação entre a universidade e a indústria. Apesar de não saber números, tenho a ideia de que há muito poucos doutorados a trabalhar na indústria portuguesa, seja qual for a àrea científica. Uma história prestes a mudar? Duvido, mas foi consensual que o caminho se está a trilhar. Aqui parece-me correto citar um texto com mais de 2000 anos: "Vigiai pois não sabeis a hora nem o dia".

Assim que souber de outro "Sábado com Ciência" tratarei de divulgar. A experiência que tive faz-me estar sedenta de mais conhecimento e de o partilhar.