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quinta-feira, 1 de março de 2012

Cirrose Hepática


A cirrose é uma doença caracterizada pela destruição do fígado, passando a existir tecido cicatricial envolvendo o tecido normal. É o abuso do álcool que leva mais frequentemente à cirrose, mas doenças, como as hepatites víricas crónicas, também podem levar ao seu aparecimento. 

O tecido cicatricial impede o fígado de funcionar normalmente e obstruí o fluxo sanguíneo ao nível da veia (veia porta) que transporta o sangue do intestino ao fígado, que pode levar à hipertensão.

Muitas pessoas têm cirroses de menor gravidade e podem viver anos sem sintomas. Quando a cirrose é grave, os doentes sentem fraqueza e perda de apetite, há perda de peso e aumento de volume abdominal. Se os canais da vesícula biliar estiverem obstruídos, desenvolve-se icterícia (cor amarelada da pele). Como os sais biliares são produzidos em pouca quantidade, não há uma correcta absorção de gorduras e por conseguinte de vitaminas lipossoluveis. Daí haver uma desnutrição para a qual também concorre a falta de apetite.

Outros efeitos da cirrose são atrofia muscular, derrames visíveis na pele, aumento da glândulas salivares, crescimento das mamas e redução do testículos, ambos no caso do homem.


Como já dissemos, a cirrose pode provocar hipertensão que leva à formação de varises esofágicas, que quando sagram dão origem a vómitos de sangue. Esta hipertensão ao nível da veia porta, associada ao mau funcionamento do fígado provocam a acumulação de líquidos no abdómen.

A cirrose não tem tratamento nem cura e é uma doença normalmente progressiva (se for detectada precocemente e o álcool for retirado da dieta é possível parar a progressão, mas o tecido anormal não deixa de existir).

Devido à deficiente absorção de vitaminas lipossoluveis os doentes cirróticos devem tomar vitaminas. Qualquer medicamento que seja metabolizado no fígado deve ser tomado em doses mais baixas e devido à hipertensão deve evitar-se a ingestão de sal.

Felizmente, a medicina permite uma opção: o transplante de fígado. Esta é a única intervenção que pode dar ao doente com uma cirrose avançada vários anos com qualidade de vida.

in "O Paionense", Fevereiro 2012

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