A cirrose é uma doença caracterizada
pela destruição do fígado, passando a existir tecido
cicatricial envolvendo o tecido normal. É o abuso do álcool que
leva mais frequentemente à cirrose, mas doenças, como as hepatites
víricas crónicas, também podem levar ao seu aparecimento.
O tecido cicatricial impede o fígado
de funcionar normalmente e obstruí o fluxo sanguíneo ao nível da
veia (veia porta) que transporta o sangue do intestino ao fígado,
que pode levar à hipertensão.
Muitas pessoas têm cirroses de menor
gravidade e podem viver anos sem sintomas. Quando a cirrose é grave,
os doentes sentem fraqueza e perda de apetite, há perda de peso e
aumento de volume abdominal. Se os canais da vesícula biliar
estiverem obstruídos, desenvolve-se icterícia (cor amarelada da
pele). Como os sais biliares são produzidos em pouca quantidade, não
há uma correcta absorção de gorduras e por conseguinte de
vitaminas lipossoluveis. Daí haver uma desnutrição para a qual
também concorre a falta de apetite.
Outros efeitos da cirrose são
atrofia muscular, derrames visíveis na pele, aumento da glândulas
salivares, crescimento das mamas e redução do testículos, ambos no
caso do homem.
Como já dissemos, a cirrose pode
provocar hipertensão que leva à formação de varises esofágicas,
que quando sagram dão origem a vómitos de sangue. Esta hipertensão
ao nível da veia porta, associada ao mau funcionamento do fígado
provocam a acumulação de líquidos no abdómen.
A cirrose não tem tratamento nem
cura e é uma doença normalmente progressiva (se for detectada
precocemente e o álcool for retirado da dieta é possível parar a
progressão, mas o tecido anormal não deixa de existir).
Devido à deficiente absorção de
vitaminas lipossoluveis os doentes cirróticos devem tomar vitaminas.
Qualquer medicamento que seja metabolizado no fígado deve ser tomado
em doses mais baixas e devido à hipertensão deve evitar-se a
ingestão de sal.
Felizmente, a medicina permite uma
opção: o transplante de fígado. Esta é a única
intervenção que pode dar ao doente com uma cirrose avançada vários
anos com qualidade de vida.
in "O Paionense", Fevereiro 2012
Sem comentários:
Enviar um comentário